A vontade era de ficar em Lucerna, conhecer tudo o mais que deveria existir, naquele lugar, tão aconchegante, porém era hora de partir para outra aventura: conhecer Interlaken que significa “entre os lagos”: Thun e Birenz.
Entramos no trem e a paisagem dos arredores de Lucerna já antecipavam o que veríamos adiante Mas os lagos azuis de Lucerna ainda deram, inexplicavelmente, um aperto no meu coração.
Mas aos poucos, ao olhar pelas janelas do confortável trem, no andar de cima, ficavam visíveis os pingos de neve sobre o solo e, mais sobre as casas e, mais sobre as montanhas e, mais sobre mim. Um arrepio com sensação de frio, emoção, mas ainda, uma saudade inexplicável.
Caminho para Interlaken
Caminho para Interlaken
Caminho para Interlaken
Arredores de Interlaken
Arredores de Interlaken
Em duas horas de emocionantes paisagens, ali
estava: Interlaken Ost, a oeste de Interlaken. A cidade é cercada
por montanhas, lagos deslumbrantes e com os simpáticos 5.500
habitantes.
Os restaurantes, as vitrinas com grifes sofisticadas, ostentando os
famosos relógios suíços e um vestuário impressionantemente atualizado retratam
uma pequena cidade turística onde o bom gosto é a tônica.
Centro urbano de Interlaken
Mas, o nosso roteiro
era conhecer Jungfraujoch, o fantástico mundo das
geleiras e a mais elevada estação ferroviária da Europa. A partida do
trem, aliás, muito confortável e com a pontualidade suíça elevou o meu espírito
desde os primeiros quilômetros da ferrovia. O circuito completo de Interlaken Ost até
o Top of Europe leva no mínimo seis horas.
Caminho para Interlaken. Foto tirada dentro do trem
Saindo de Interlaken, depois de 1 hora e
20 minutos de viagem, é necessário descer em Kleine Scheidegg com 2.060m
de altitude. Em seguida, pegar outro trem em direção a Jungfraubahn. A viagem leva mais uma hora e a maior parte dentro do
túnel.
O circuito é circular. Em Interlaken, pode-se decidir se quer subir por Lauterbrunnen ou por Grindelwald . A vista é deslumbrante! Decidimos ir por Lauterbrunnem.
A ferrovia, com mais de 100 anos, foi inaugurada, em
1912, lapidada durante 16 anos de trabalho árduo pelos
operários e engenheiros. As escavações, nessas rochas, foram feitas com até 8
graus negativos, além de raios, ventos e avalanches de neves e ventos com até
250km/h de velocidade.
Quando o trenzinho sai do túnel, lá em cima, a 3.500m
de altitude, chega-se a Jungfraujoch (o “pé do monte Jungfrau”). Basta
olhar e à frente veem-se os picos do Jungfrau, do Eiger e do Mönsch,
além de impressionantes geleiras alpinas, isto é, o abrigo das montanhas mais
altas da Suíça.
Quando se chega ao limite do monte, pode ser que
se perca o fôlego, pois o ar rarefeito cansa o corpo,
logo não é possível correr, nem andar rapidamente. Mas é o “Topo da Europa”.
Há ainda, em Jungfraujoch, um complexo moderno, com restaurantes, lojas, correio, museu e instalações científicas, como observatório e estações meteorológicas, o centro de pesquisas mais elevado da Europa. Há pesquisas climáticas sobre meio ambiente especializado em astronomia, astrofísica e observação das radiações cósmicas com reputação em nível internacional.
Para finalizar,
entramos no Palácio de Gelo e foi uma sensação ímpar. Passear por ele, com temperatura 10 graus abaixo de zero foi
uma experiência fantástica, sobretudo pelas estátuas esculpidas no gelo. Ao
penetrar, neste labirinto de galerias, que ostenta esculturas de gelo como
águias, pingüins e ursos foi um esplendor! Nada semelhante até então.
Depois de sair do
castelo, chegou o momento de fechar os olhos, abrir e fechar novamente, para
absorver aquelas miragens que devem ficar eternas em todos os meus sentidos. Descemos
deslumbrados, perplexos e maravilhados.
Quando o inimaginável se concretiza, penso que o Paraíso nos vem à mente. Vc mesma disse: "Um arrepio com sensação de frio, emoção, mas ainda, uma saudade inexplicável". Eu justificaria essa saudade com as suas raízes já com sede: sol, Brasil (baguncinha) com que a gente até se acostuma. Sei lá!!! Um passeio de encher a mente de memórias pro resto da vida. Valeu, Regina. Como disse Fernando Pessoa: "O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis". Bjs. Armonia
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