Muita curiosidade para conhecer São Petersburgo, a segunda maior cidade da Rússia!
Hoje é a quarta maior cidade da Europa e ostenta o título merecido de Patrimônio Mundial da UNESCO.
Quase perdi o fôlego, quando pisei nesta mimosa cidade. Um misto de coragem e medo devido às escuras antigas histórias.
Alegria por estar em terra-firme, em uma cidade histórica, considerada a mais ocidentalizada da Rússia.
Finalmente! Em terras russas!
Aqui e agora: a “Veneza do Norte”!
O dia amanheceu com céu muito azul!
Gosto de conhecer as histórias dos nomes locais. Entendi todo o percurso nominal!
Em 1914, o nome São Petersburgo foi mudado para Petrogrado.
Em 1924, para Leningrado e, em 1991, após o colapso da União Soviética, a cidade volta ter seu nome original.
Fechei os olhos e reli, em minha memória, alguns capítulos da história dos meus livros de tempos bem passados.
Fizemos o reconhecimento da cidade, primeiramente, passeando de barco pelo rio Neva. Observei de imediato, a predominância da cor dourada, na arquitetura, ao passar pelos canais e pontes.
O sol resplandecente e o céu azul nos acolheram, simples assim!
Mas não foi tão simples. É muita história alegre e triste!
Com o sol escasso, no decorrer de quase todo o ano, vi pessoas caminhando pela orla do rio Neva. Pareciam de braços abertos para o brilho do sol, que passa veloz durante os outros meses na região.
Depois do passeio no rio Neva, não foi difícil visualizar a Igreja de Santo Isaac a maior igreja ortodoxa de São Petersburgo, com a estupenda cúpula dourada. Hoje funciona como museu.
É a quarta maior igreja do mundo e a cúpula, banhada a ouro, fica a 101, 5 metros de altura. Começou a ser construída em 1818, com elementos neoclássicos e só depois de 40 anos foi concluída.
Houve momentos em que foi depósito de obras de arte dos museus e palácios.
Passados pouco mais de dez anos, a catedral foi transformada em museu.
A partir de 1990, foram permitidas as cerimônias religiosas.
Na praça de Santo Isaac, em frente à catedral, visualizei um povo comunicativo. Pareceu-me que o sol aquecia também os corações e os encontros sociais.
É bom lembrar que convivem com uma temperatura abaixo de 30 graus no inverno
Os trajes de época, nesta mesma praça, interessaram-me sobremaneira. Um encanto para os visitantes ver tudo isto ao ar livre. Aqui, fazem questão de respeitar e lembrar seu passado nos mínimos detalhes.
Um fato histórico: São Petersburgo foi construída pelo czar Pedro I - o Grande, em 1703, para ser a capital dos czares e, assim foi, por mais de duzentos anos, até o fim do império dos czares.
A estátua de Pedro, o Grande, fica ao lado o Rio Neva. A obra de arte é conhecida como o Cavaleiro de Bronze, nome do poema de Alexandre Pushkin.
Conta a história que foi encomendada ao escultor, Étienne Maurice Falconet, pela imperatriz Catarina II, uma homenagem a Pedro.
Tornou-se um dos símbolos da cidade.
É uma estátua equestre, com 14 metros de comprimento, seis metros de largura e cinco de altura. Representa o czar cavalgando, em uma inclinação rochosa, com o rosto virado para o rio Neva.
Na escultura, Pedro aponta a mão direita em direção ao local de seus trabalhos.
E as igrejas? Belíssimas! Um mimo e, muito interessante, o tom azulado da igreja de São Nicolau.
Um fato curioso! Foi a única Igreja Ortodoxa, em São Petersburgo, que manteve os cultos durante o período soviético.
Um capítulo à parte! A catedral do Sangue Derramado ou Igreja da Ressurreição do Salvador sobre o Sangue Derramado em estilo medieval russo. A mais linda igreja que vi em toda a minha vida. Chorei!
São cinco cúpulas e à leste três absides (arcos) semicirculares e à oeste um enorme pilar semelhante ao campanário. No centro, há uma cobertura em uma pirâmide octogenal. Parece um bolo de festa do século XVI ou XVII.
Construída às margens do canal Griboedov, local onde o Czar Alexandre II sofreu um atentado: assassinado e encontrado morto em 13 de março de 1881.
Foi um representante local com grande capacidade de articulação.
Pôs fim à servidão russa e libertou mais de 22 milhões de camponeses.
Um fato curioso ocorreu aqui.
Durante a Segunda Guerra Mundial, uma bomba atingiu a cúpula mais alta e este artifício bélico só foi encontrado ainda na cúpula após 19 anos.
Passados 27 anos, após uma intensa restauração, A Catedral foi entregue aos visitantes.
O filho de Alexandre II, o Alexandre III, foi quem mandou erguer a igreja. Entregou a obra de arte a Parland (1842 – 1920) para fazer uma homenagem ao pai assassinado. O pedido foi que se construísse uma catedral, no “verdadeiro estilo russo”, com a intenção de enclausurar o pai no local do assassinato.
O interior da Catedral convida os visitantes a ajoelharem-se e agradecerem por terem olhos para ver e procurar entender toda a história desta cidade sofrida e reerguida pela fé.
Os mosaicos internos seguem a linha teológica da igreja ortodoxa russa.
No teto duomo central, sempre nos acompanha a imagem de cristo Pantocrator.
A Catedral do Sangue Derramado é uma estupenda obra de arte. É por tudo isto, que Saint Petersburgo pode ser considerada a capital cultural do país!
Foi quase totalmente destruída no decorrer da Revolução Russa. Durante a Segunda Guerra Mundial, foi um depósito de batatas. A restauração foi concluída em 1997 e a partir de então, esta arquitetura religiosa e magnífica foi entregue à visitação.
Neste mesmo dia, fizemos um longo percurso, prosseguindo pelo de canal Griboedov, observando comportamentos locais.
Algo estranho! Falar inglês, nem pensar! Mas, a gentileza e a educação do povo me conduziram aos mais interessantes lugares.
Vitrines para os turistas com bonecas no estilo russo. Um encanto até para adultos.
Não poderia deixar de ir a uma livraria!
Matei a minha curiosidade no meio de tantos livros russos!
Gosto de ficar perto de livros.
Sensibilidade!
Encontros!
Propaganda no estilo russo
Guloseimas russas!
Selfies no verão russo!
Sobre o que conversavam?
Florestas urbanas!
Momentos da infância feliz!
O sol em Saint Petersburgo!
Estávamos cansados de caminhar e, de repente, em frente o rio Neva, um brilho!
Olhamos o relógio: 23 horas!
Vi o sol se pôr, no verão de Saint Petersburgo ao vivo e em cores.
Ah! Dostoievski!
Um escritor e filósofo russo, considerado um dos maiores romancistas da literatura russa , escreveu o livro “Noites Brancas” publicado no final do século XIX cujo enredo se passa em Saint Petersburgo.
No verão, com suas “noites brancas” iluminadas até altas horas é nítida a preguiça do sol se pôr para descansar. Parece curioso ver o que não pôde nas outras estações escuras locais.
Fantástico demais!
O Museu Hermitage às margens do rio Neva! Fundado em 1764 e com uma arquitetura esplendorosa e hiperbólica!
Impossível conhece-lo em horas.
São mais de três milhões de peças contando a cultura da Rússia e de várias partes do mundo.
O Museu Hermitage foi construído em 1730.
É o maior museu da Rússia e um dos maiores do mundo.
Leo von Klenze foi o arquiteto.
Este o Vaso gigante de Jade, cujo apelido é “Rainha dos Vasos”.
Entalhado em uma única peça de Jade, confeccionada a cinco mil quilômetros de Saint Petersburgo.
Em 1843 foi trazido para o Museu por 154 cavalos tamanho o peso.
Para colocar no local dedicado a ele 770 pessoas fizeram o feito
O principal prédio é o Palácio de Inverno, antiga residência dos czares russos com quase 500 aposentos.
São inúmeras as esculturas de várias procedências globais.
A Imperatriz Catarina, a Grande, colecionava estas pinturas de origem flamenca e holandesa.
Hitler, durante a Segunda Guerra Mundial, ordenou a invasão, em Saint Petersburgo, para banir tudo e todos.
Os funcionários do Hermitage conseguiram colocar uma parte das obras de arte no subsolo protegida com sacos de areia.
Sala do trono.
Os lustres são lindíssimos!
O relógio do pavão.
Em 1837, um incêndio destruiu o Hermitage quase por completo. Ressurgindo das cinzas, o Museu foi restaurado.
Realmente, um povo resiliente.
Palácio do Estado Maior
Programa para a noite: experimentar o prato russo mais famoso: o Strognoff.
Procurei saber sua história, pois o que comi, achei bem diferente do que é feito no Brasil.
Há várias versões sobre a sua origem. Segundo a lenda, Strogonov iria receber uma visita importante no palácio do czar Pedro, o Grande e preparou o prato típico russo que fazia em dois dias: um escalopinho com um molho inventado pelo cozinheiro.
Mas a visita chegou com um problema nas mãos e não podia cortar a carne com a faca.
Para não fazer desfeita, o cozinheiro, Strogonov pediu que cortasse a carne em pedaços pequenos para não constranger a visita.
Talvez o nome tenha advindo de seu criador.
A nossa despedida foi assistir a um show folclórico!
Os bailarinos nos recepcionaram, usando um traje típico russo de épocas bem remotas, embora o show fosse apresentado com trajes folclóricos.
Fato demais!
Para chegarmos à sala do teatro, onde haveria a encenação, havia uma escadaria com 50 degraus.
O meu marido, com um problema na perna, não poderia subir.
Fiz uma comunicação com o responsável pelo teatro que só falava russo, mas uma guia me ajudou no diálogo.
Em poucos minutos, apareceram, na escadaria, dois bailarinos com uma cadeira que levou o meu marido até a sala do teatro.
Porém, eu não pude subir junto.
Quando todos nós entramos, encontrei o meu marido tomando champanhe com caviar no melhor local do teatro.
Não poderei me esquecer jamais deste povo gentil, educado e solidário.
Demais! Demais!
Uma orquestra tocava para nos recepcionar antes e no intervalo do espetáculo!
A decoração luxuosa e, ao mesmo tempo aconchegante, elevava os espíritos mais sensíveis.
As telas contam também a história local.
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A decoração com as bonequinhas russas faz os espectadores ficarem atentos ao seguinte fato: estamos aqui bem perto de todos os visitantes!
E assim, nos despedimos de Saint Petersburgo, com a promessa de voltar para ver muito do que não foi possível ver.
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