Sabia que, na Holanda, a população era pulsante.
Mas, não apenas o povo. Há também uma natureza vibrante que acolhe e entrega segredos de uma atmosfera bucólica,
que não se contém, ao contrário, explode.
Um realejo gigante, um dos símbolos locais, recepciona
os visitantes com uma música nem tão alegre, nem tão triste, mas que convida os
visitantes a penetrar no labirinto das flores.
O meu coração bateu forte com a
primeira miragem: um buquê multicolor.
Parece uma dança para a visão e o olfato. Há linhas
de flores em tons de roxo, rosa, amarelo, vermelho e laranja, algumas com um
metro de altura.
Gosto de saber o porquê do nome dos lugares.
Keukenhof significa "horta" e está situado perto de Lisse, entre
Amesterdam e Haia. Este parque, do século XV, em 1949, passou a proporcionar um evento
anual, com a exposição de flores ao ar livre.
A natureza exemplifica como transmitir suavidade
e paz sem exigir absoltamente nada.
Entrega-se e só.
Aqui se expõem e vendem-se também os tamancos de
madeira holandeses, os klompen. Parece-me exatamente o ruído que se faz
ao usá-los: klomplem! É uma tradição nos Países Baixos, ainda hoje usados,
seja por hábito, ou por fazer bem à coluna e à postura, como gostam de dizer os
holandeses.
Não se pode sair das redondezas de Amsterdam
sem falar dos moinhos. Eram centenas, hoje poucos. Têm sido usados desde o
século 14, para bombear a água das terras abaixo do nível do mar e aumentar o
território da Holanda. Ainda se usam para moer trigo, cacau e no preparo da
cerâmica.
No momento da despedida, olhei
para trás e fechei os olhos. Mas não era um gesto de partida ou para deixar
alguém. Saí, sem uma flor na mão, mas com uma pulsação maior para entender a
vida, a grandeza e a pequenez humana e, sobretudo, as possibilidades de ser
feliz apenas por meio da contemplação.
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